terça-feira, 7 de agosto de 2012

Minha Infância e Adolescência - Parte 3






O primeiro mês foi tudo normal, mas no segundo começou certa coisas que me deixava com raiva. Nunca sabia onde ele estava, com quem estava e o que estava fazendo, ouvia boatos de que ele vivia em festas com meninas e tudo mais, porém eu não queria acreditar, mesmo que tudo parece se encaixar eu não acreditava.
Vivia me enganando esperando demais dele, e tudo que ele me dava era um desprezo, era como se tudo tivesse chato pra ele. Cada vez que vinham me contar alguma coisa, eu ia tirar satisfações e acabávamos brigando, ele me ofendia e eu falava, mas não aceitava de jeito nenhum ficar por baixo, depois terminava tudo numa "boa", quer dizer, no outro dia surgiria mais boatos e mais brigas e mais ofensas e etc...
Eu não percebia o quanto estava cega, não permitia que ninguém falasse nada, eu não queria admitir meu erro. O pouco que orava na igreja e era mais  por "pressão" das pessoas, pedia que Deus me tirasse tudo mas só me deixasse ele! Meu mundo era ele e mesmo sabendo de tudo que ele poderia me causar, eu queria aquela paixão. Tinha até uma vida em mente, e pra falar a verdade era uma vida suja. Não imaginava um lar feliz, harmonioso, uma boa condição financeira, não não, eu imaginava uma casinha simples, com muitas brigas e falta de condição e me contentava com aquilo.

Até que um dia, meus pais ficaram sabendo de tudo e meu mundo desabou. Junto disso descobri coisas horríveis dele que eu nunca iria imaginar. Pra mim tinha acabado tudo, perdi o chão, o ar, a vida. Tive o castigo dos meus pais, vi minha mãe chorar de desgosto e era como se tivessem me cortado ao meio. Tudo saiu do lugar, todos viraram as costas para mim. Eu estava errada e só havia acusações para mim. Amigos não existiam. Naquele momento eu lembrei de Deus, pedi que Ele me ajudasse, que Ele tirasse todo aquele desgosto dos meus pais e me matasse pois não tinha mais razão estar viva. Meus dias eram cinzas. Eu sabia que Deus estava de braços abertos me esperando, mas eu não queria me entregar. Pensava que não merecia que tudo que podia receber era só o desprezo, a desconfiança e ser o motivo da tristeza de todos. Mesmo assim comecei a frequentar a IURD da minha cidade, eu ia pra igreja arrasada orava mais não cria que Deus me ouvia. Chegava em casa ia logo pro meu quarto chorar e ouvir música, eu ainda gostava dele mas estava decepcionada.
Passou um tempo e nada fazia sentido ainda na minha cabeça. Todos pensavam que eu estava bem, que tinha esquecido, mas não, continuava tudo lá dentro de mim só que agora eu não ficava transparecendo isso. Tinha que mostrar felicidade. Um dia quando estava saindo da IURD, uma obreira me chamou pra conversar, de início não queria me abrir, mas ela foi a única que se dispôs a me ouvir, a única que queria saber o que estava dentro de mim. Ela me contou seu testemunho e me senti confiante pra contar tudo a ela e então falei.
Pela primeira vez alguém me ouviu e se importou com o que estava dentro de mim, cada palavra que eu falava era toneladas saindo de dentro de mim. Meu coração estava em pedaços, ferido.. Foi impossível segurar as lágrimas e cada uma que escorria, lavava minha alma. Ela se propôs a me ajudar e aos poucos fui me libertando daqueles sentimentos. Fui aprendendo a agir minha fé, e decidi me batizar nas águas.

Continua...

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