terça-feira, 31 de julho de 2012

Minha Infância e Adolescência - Parte 2




Tudo que eu queria era atenção, de todo mundo que me rodeava. Pensava que sendo diferente todos me notariam mais, porém nem sempre era assim. Mesmo querendo ser como as outras garotas eu nunca gostei de ficar com vários meninos. Eu tinha que gostar, que ter um sentimento por alguém e não podia ser por minutos ou horas, tinha que ser por um tempo e isso é o tipo de coisas que normalmente os garotos não querem. Na noite, eles só querem saber do seu exterior e só.

Particularmente achava ridículo quando minhas amigas chegavam pra falar que ficou com 5,10,15 garotos em menos de 24 horas. O que elas eram, mercadorias recicláveis que quando um não quer mais o outro vem e pega??  Fala sério néé...

Quanto mais eu me envolvia com essas amizades, mais parecida eu ficava  com elas. Tinha vontade de beber e fumar, e por muitas vezes cheguei ficar com copo de cerveja na mão e mesmo aquele desejo gritando pra eu tomar, eu não tinha coragem e jogava ou devolvia o copo. Me sentia suja quando isso acontecia, pois eu sabia que era errado e parecia que dentro de mim acendia um fogo me queimando por dentro por alguns minutos e depois passava. 
Conheci um menino que começamos a criar uma amizade, parecia que só ele me entendia, só ele me conhecia, e pra ele eu contava quase tudo que acontecia comigo. Ele estava indo na igreja a pouco tempo, e conhecia o mundo lá fora como nunca tinha visto antes. Tinha coisas que ele falava que fazia que eu não acreditava, pra mim era a maior loucura, mas eu gostava. Nos dávamos super bem, ele era um amigo e tanto. Me ouvia, me entendia, não me criticava, me incentivava a fazer tudo que tinha vontade, era atencioso, compreensivo, educado, e tão... tão ... romântico!  Ops.. óh não estou apaixonada!!!
Em algumas conversas ele falava que gostava de uma menina muito próxima a ele, e eu até ficava com ciúmes porque, quem poderia ser mais próxima dele do que eu??  E nessa daí, usava tudo que podia pra que ninguém ficasse no mesmo nível que eu, eu tinha que ser a melhor amiga dele. Foi numa dessas conversas que descobri quem era a tal menina, me senti um pouco inútil quando ele disse que era eu... Poxa esse tempo todo eu estava tentando me superar?? Estava tentando ser melhor que eu mesma??
Eu sabia que meus pais nunca entenderiam a razão de tudo isso, e minha mãe já estava percebendo o tanto que eu conversava com ele... E consequentemente vinha me falar coisas que eram tão chatas de ouvir... Ela não sabe o que está falando, ela não conhece metade do que ele é, ela não pode achar isso dele, quem ela pensa que é??  Coisas assim rodeavam minha cabeça sem parar, e um ressentimento ia sendo alimentado...
Quando me dei conta da situação, tinha aceitado um namoro escondido, à base de ameaças. Quem se atreve-se a contar alguma coisa pra alguém, iria se ver comigo. Tudo durou 2 meses, e nesses 2 meses foi como se ele tivesse virado do avesso. Me tratava com desprezo, mas mesmo assim eu estava sorrindo pra todo mundo, não queria admitir o meu erro...

Continua...

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